O meu dia fora carregado apenas de perfeição, para onde caminhava,
tudo me sorria, um minuto exacerbado, não me atingia.
Os beijos e abraços, soberba magia, demoras e atrasos, isto não existia,
a fera estava amansada, nada mais, muitas alegrias.
Os desejos, os sentidos, mera esperança em vão, a noite se aproximava,
o tempo não parava e o minuto corria no badalar das horas mortas.
O sol disse ``até logo``, deixando a paz para o próximo dia,
todo sonho se tornou incerto, aguardava pela covardia.
Sinto-me sujo, imundo, corrompido,
Os fantasmas me apunhalavam, a sede de vingança, me consumia,
queria uma noite silenciosa, meu pecado enfim, não permitia.
Existe uma fúria percorrendo minhas veias, em algum lugar ela se libertará,Esguincharei sangue por meus poros e ela se alastrará.
Tão triste é a solidão que vem em seguida para mostrar que vale a pena?
Que poder é esse do rancor, do ódio, da insensatez onde todo o drama pode ser real?
Essa dor me corrói, e às vezes acho que não poderei aguentar
Mas quando menos imagino, me supero
E é por isso que guardo em mim tanta fúria
Algo contido quando liberado pode alastrar e destruir
Só espero que nesse dia minha razão contrarie os meus instintos
E num momento despertarei do pesadelo
Sinto-me sujo, imundo, corrompido,
Auto - controle suplico que se apresente, aqui jaz o guerreiro
Que ti invoca, que chora, que implora
antes do êxtase do meu apocalipse.