I gotta be myself ...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Afagos e saudações a Narci


Ninguém sentiu o seu espasmo obscuro,
O ser humilde entre os humildes seres,
Embriagado e tonto pelos prazeres,
O mundo para ele foi negro duro
E sua vida acorrentada a trágicos deveres,
E chegou a saber de altos saberes,
Tornando – o  mais simples e mais puro,
Era fácil olhar seu corpo viril e efervescente,
Afogando – se em lágrimas, abstraindo sua razão,
Julgando – te em coisas mil, 
Mas ninguém viu o coração inquieto
Magoado, oculto, aterrador, secreto,
Ninguém ouviu sua voz, que falava como o vento fala às folhas,

Que falava como a brisa amenizava sua dor.
E então construia em teu silêncio, cavernas
E ainda assim ouvia vozes angélicas a cantar.
Roubaram - lhe a sensação de paz inexistente,
Nos desencantos e na magia do destino,
Na lividez do rosto que aqueles olhos olhavam,
Nem letras, nem silabas,
nem frases completas foram capazes de explicar,
Porque o limiar do Adeus quebrou o encanto,
Impulsionando olhos tantos em prantos,
Que a escuridão te apunhalou no mundo,
Mas eu que entendo sua condição de vida e  te seguirei a passos,
Sei que cruz infernal prendeu seus braços,
E o teu suspiro como foi profundo.

dedicado a Narciso Farias
Ele alegrou nossas vidas inumeras vezes.
01/09/2010